segunda-feira, 29 de junho de 2009

Juntos na solidão

Na solidão - juntos, juntos - na solidão.

Não totalmente sós, não totalmente juntos,
sem ter de calar nem de falar
sem ter de explicar nem questionar.

Dois espíritos que se tocam,
embora trilhando caminhos diferentes
ao mesmo tempo, partilham o que encontram,
mas não esperam seguir os passos do outro.


Muitas vezes tremi de pensar que tu não podias
me seguir, e quando eu tentava penetrar
em teu reino, a porta se fechava.
Sentia que, de alguma maneira, eu havia falhado,
porque havia essa parte de ti que jamais
pude conhecer.

Não podia então, compreender que é preciso
respeitar o mundo que cada um encerra
dentro de si, a completa aceitação da porta fechada, atrás da qual cada um caminha sozinho
com seu Deus.

Mas agora te agradeço por teres me dado
essa preciosa dádiva: juntos - na solidão,
a verdadeira liberdade do amor.

[Mary Hathaway]

quarta-feira, 24 de junho de 2009

PAI NOSSO DOS MÁRTIRES


A juventude não precisava de mais um mártir, queremos nossos/as líderes vivos/as.
Pai nosso das Dorothys, dos Mauros, dos Oziel’s, dos Josés, das Marias, dos Gisleys, dos Silvas... Pai nosso dos/as que são martirizados todos os dias pela fome, pela violência, por tantos males que nos matam a cada segundo.
"Teu nome é santificado naqueles que morrem defendendo a vida, teu nome é glorificado quando a justiça é nossa medida..."
E é por querer justiça que viemos agora gritar aos quatro cantos deste país o quanto amamos um homem santo e um santo homem.
É pelo teu nome ser santificado na vida e na morte de Margarida, Chico Mendes, Josimo, Ezequiel, Dorothy e tantos/as outros/as, que viemos gritar contra a injustiça que está se fazendo com o nosso amigo e nos indigna o fato de alguns brincarem com a nossa dor, denegrindo a imagem de alguém que tanto nos amou.
Nós, a juventude brasileira, não suportamos isso e queremos reafirmar que não nos calaremos!
"Teu reino é de liberdade, de fraternidade, paz e comunhão..."
Se o teu reino é de liberdade, porque continuamos presos/as a um sistema opressor e egoísta? Paz... onde está a paz, se sua paz lhe foi tirada? Só não esquecemos do AMOR. Jamais esqueceremos do teu amor para conosco.
"Maldita toda violência que devora a vida pela repressão..."
Mas benditos sejam os que pela violência te ceifaram a vida. Temos certeza que eles não sabiam o que faziam.
Fica pra nós tua frase do último email: "Agradeço pelo empenho de tantas vozes dispersas até agora! Vamos juntos/as gritar, girar o mundo.
Chega de violência!" CHEGA DE VIOLÊNCIA!!!
"Queremos fazer tua vontade, és o verdadeiro Deus libertador..."
E muitas vezes, tantas vezes não conseguimos... Tua vontade é a vida, mas escolhemos a morte e infelizmente, nesta semana, escolheram por nós.
Tanta tristeza e revolta que chega a parecer que nossa luta é em vão. Pra quê e porque defender uma juventude que mata, fere, destrói, que bagunça, não respeita ??
Nos fazemos esta pergunta agora e chegamos a seguinte conclusão: Ainda não lutamos suficiente, não transformamos a realidade juvenil e as suas atitudes.
Agora chegou a nossa vez de cantar... Fazermos marchas, caminhadas, romarias, vigílias, soltar a voz e cantar, gritar. Defender, viver... escrever nossa história de vida e luz. Somos o sal, fermento e luz.
Que brilhe em nossos corações a paz e a unidade... Chega de tantas guerras, das dores de tantos/as jovens... nas drogas, na violência, trabalho escravo, sem teto, sem terra, órfãos, sendo discriminados, queremos igualdade.
Basta de jovens no caixão... caixão este que muitas vezes é o da desigualdade social, do pré conceito e tantos outros...
"Não vamos seguir as doutrinas corrompidas pelo poder opressor..."
Mesmo diante da tua vida ceifada inegavelmente por um menor, continuamos gritando que jogar esse mesmo menor numa cadeia com adultos não é a solução.
Continuamos contra a redução da maioridade penal. Diante da tua morte gritamos que queremos a vida; e vida em plenitude.
Afirmamos decididos/as: Não seguiremos as doutrinas de morte que corrompem a vida e estraçalham os/as jovens!
"Pedimos-te o pão da vida, o pão da segurança, o pão das multidões. O pão que trás a humanidade, que constrói a gente em vez de canhões..."
Pedimos-te o pão das políticas públicas para a juventude.
Queremos educação, queremos um projeto popular para o Brasil que paute as razões do nosso viver. Pedimos o pão da coragem de gritar pela boca dos/as que sofrem a injustiça social, pela Negra Mariama que sofre a discriminação racial, pelo pobre que incomoda o latifundiário. Queremos justiça, mas justiça com amor.
Jovens de todo o Brasil, mais uma vez é derramado sangue. Mais um Mártir surge para nos abraçar com grande aperto no coração e, pelo seu sangue derramado, pedimos que todos intensifiquem a luta contra a violência.
Somos a Juventude do Brasil, dos quilombos e das aldeias, do campo e da cidade, da Amazônia, do Cerrado, do Semi-Árido, do Litoral, dos Pampas... de todos os recantos deste Brasil. Somos Jovens e queremos viver porque
"O rosto de Deus é jovem também e o sonho mais lindo é ele quem tem. Deus não envelhece, tampouco morreu, continua vivo no povo que é seu. Se a juventude viesse a faltar, o rosto de Deus iria mudar".
"Perdoa-nos quando por medo ficamos calados diante da morte. Perdoa e destrói o reino onde a corrupção é a lei mais forte.
Protege-nos da crueldade do esquadrão da morte dos prevalecidos..."
Viemos também, por meio desta, gritar à juventude brasileira que nos perdoe porque demoramos tanto a começar a lutar que acabamos perdendo nosso amigo e irmão que nos incentivava para o combate.
Viemos pedir perdão ao Gisley por tudo o que se está dizendo dele, nas mais variadas formas de nos enfraquecer. Foi calada mais uma voz a favor dos/as jovens na luta pela igualdade e pela justiça, mas esses/as mesmos/as jovens não se calarão.
Perdoa-nos Gisley, porque não começamos a lutar mais cedo, talvez se tivéssemos você ainda estaria com a gente.
Choramos a sua ausência, mas reforçamos a nossa luta contra a violência e contra o extermínio da juventude. Não são três balas de 38 que calam a voz dos/as que lutam pelos direitos dos/as jovens neste país, não são instituições e autoridades vendidas que abafarão as vozes dos/as que clamam por melhores condições para se viver.
Não são as armas nucleares, nem as guerras, nem o tráfico de pessoas humanas, ninguém, nem nada pode calar a voz destes profetas e profetizas!
"PAI NOSSO REVOLUCIONÁRIO, PARCEIRO DOS POBRES, DEUS DOS OPRIMIDOS!"
"Entre dores e sofrimentos, ousamos, ao lado do padre Gisley, celebrar e cantar a vida. Obrigado, padre Gisley, por nos comunicar o ardor da vida, por nos convencer a construir a paz!"
OBRIGADO PE. GISLEY! SERÁS ETERNAMENTE O NOSSO ASSESSOR!!!
A Campanha está lançada! Prosseguimos em Marcha, contra a Violência e em Defesa da Vida!

Juventudes Brasileiras

Brasil, 19 de junho de 2009.

(Solenidade do Sagrado Coração de Jesus).

* Participantes das diferentes Pastorais da Juventude no Brasil

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Eu não sei Rezar

Uma vez ao chegar em casa,vi o meu pai ascender uma vela,em frente as imagens de Nossa Senhora de Guadalupe e Santo Antônio.
Sempre via uma vela acessa diante destas imagens,alguns dias antes de seu falecimento lhe perguntei" porque não reza?",a sua resposta foi simples e pura:" eu não sei rezar."
Diante de sua resposta desconcertante,fiquei me lembrando da cena em que Jesus estava em um lugar rezando ou orando,quando os discípulos lhe pedem:
" Senhor,ensina nos a rezar"(Lc 11,1).
Quantas vezes nós homens e mulheres de fé sem importar a denominação religiosa,crença religiosa ou simplesmente crentes sem pertencer a nenhuma crença,mas que acredita em Deus ou em "um Ser Superior,Supremo',somos interpelados por respostas e pedidos simples,puros ou expressão simples de fé.
Muitas vezes caímos os crentes na tentação e desejos de ver os nossos templos,locais de cultos,orações,capelas lotados e que as pessoas venham;alguns chegam a fazer verdadeiras disputas comerciais,como se vende-sem um produto,onde usam verdadeiros marketim;'tal igreja é a melhor","eu tenho a solução"...
Devo juntar pessoas em meu templo,capela e local de culto para doutrinar segundo a minha doutrina e cabeça,como se eu fosse o dono absoluto da verdade.
Mas responder uma simples pergunta ou resposta,fiquemos quietos ou recorremos a belos argumentos teologicos,catequéticos,filosoficos ou doutrinais.Mas queremos que as pessoas saibam repetir fórmulas vocais de orações.
Muitas vezes repetimos orações vocais,sem meditarmos ou mastigar o que estamos dizendo,como algo mecânico e queremos que as pessoas que nos interpelam e ficamos fazendo rodeios como se nós fôssemos os privilegiados deste encontro pois sabemos repetir fórmulas.
E depois julgamos e condenamos os outros por não saberem rezar ou não participar de uma denominação ou em algum caso a nossa em que eu participo.
Mas nos esquecemos do ensinamento do filosofo Justino,"que as sementes da verdade,está presente nas culturas",e em cada pessoa mas que presizam de nossa ajuda para este conhecimento.
Como homens e mulheres de fé devemos fazer como vez Jesus ensinar a orar e rezar(Lc 11,2;Mt 6,7-15).Pois a oração e a prece não é fórmulas prontas e acabadas,mas uma conversa do ser humano com o Divino e o Transcendente,algo que sai de dentro de mim,como a do filho para com o pai,da filha para com a mãe,da namorada para o amado,do esposo para a esposa.
Quem vai negar que aquele gesto de ascender uma velinha não é uma forma de oração,que saia puramente de seu coração,que ele não era uma pessoa religiosa,contrariando as fórmulas vocais ou não era diante de Deus uma oração e Deus não o escutava,contrariando aqueles que se consideram os donos absolutos da verdade,prendem e manipulam Deus segundo os seus interesses pessoais e até econômicos.
Fazendo como falavam os profetas do Antigo Testamento:"este povo me adora com os lábios e praticam a iniqüidade",praticam o jejum e não fazem boas obras como a justiça e a solidariedade( Is 58).
A verdadeira oração nasce da prática do nosso dia a dia,podemos não saber rezar,mas as nossas ações e a nossa conversa com o Altíssimo se torna uma forma de oração.
Não existe oração sem ação, A oração convoca a uma ação transformadora interior e exterior da pessoa.
Nós homens e mulheres de fé somos desafiados a mostrar as pessoas que as simples palavras e gestos são uma forma de oração que agrada a Deus ou o Transcendente.
Autor: Lázaro Torma
Lutador e Profeta de nossos dias!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Amigos e amigas, tudo que se diga é de menos.
Deixa que diga, contudo, um pouco das minhas lágrimas.
Fazia tempo que não chorava tão profundo...
O dia todo, de espaço em espaço...
Choro duplo: por Gisley amigo, dedicado, querido, lutador... e por esta juventude que faz esse tipo de coisas.
Falta muita coisa por ser feita...
Mesmo que nos matem...
É verdade que somos doidos encantados pela juventude!
E não só a juventude boazinha, que reza, que faz coisocas...
Por esta juventude que mata porque não foi amada...
Uma juventude que nem sabe que é amada.
A grande criminosa é a sociedade que não se ama e, por isso, produz estes frutos que a gente, neste momento, só pode chorar Infelizmente também nós, também a Igreja, também a Pastoral da Juventude é culpada por esta crueldade.
Eles que pareciam estar tão longe, de repente entram em nossa casa...
Vontade de abraçar estes meninos e dizer: "Menino! nós te queremos bem..."
Mas eles vão sofrer...
Provavelmente vão ser mortos também.
Que desgraceira!
E fico pensando em D. José Mauro, o mártir do Documento sobre a evangelização da Juventude.
E fico olhando, agora, para o amigo Gisley, mártir daquilo que deveríamos ter começado há muito tempo deixando querelas bobas em vez de irmos ao encontro desses que precisam de nosso afeto.

P. Hilário Dick S.J.
16 de junho de 2009

quinta-feira, 18 de junho de 2009

CARTA DAS PASTORAIS DA JUVENTUDE DO BRASIL


Entre os dias 29 e 31 de maio de 2009, na Escola Nacional Florestan Fernandes, um espaço nascido da solidariedade da classe trabalhadora do mundo, jovens das Pastorais da Juventude do Brasil das cinco regiões do país, junto com representantes do Setor Juventude, da Conferência dos Religiosos do Brasil, do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, da Comissão Brasileira de Justiça e Paz, da Rede Brasileira de Centros e Institutos de Juventude, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, da Via Campesina, da Revista Mundo Jovem e da Associação de Familiares e Amigos e Amigas dos Prisioneiros e Prisioneiras do Estado da Bahia – ASFAP/BA, reuniram-se no Seminário Nacional das Pastorais da Juventude do Brasil, construindo, em mutirão, a Campanha Nacional contra o Extermínio da Juventude, nascida na 15ª Assembléia Nacional das Pastorais da Juventude do Brasil com o lema: Juventude em Marcha, contra a violência.
Reafirmamos nosso compromisso com a vida da juventude, assumindo o desafio de colaborar com a construção da cultura da paz e denunciando as estruturas sociais que geram morte e violência.
Nos inspiramos na mística revolucionária dos mártires da América Latina e do mundo, renovamos o compromisso com a dignidade humana, fortalecemos a esperança de um outro mundo possível e afirmamos que toda a vida tem o mesmo valor.
Fazemos memória de Djair de Jesus, 16 anos, morto pela PM do Estado da Bahia, na cidade de Salvador no ano de 2008, de Edson Luis,18 anos, morto pela ditadura militar na cidade do Rio de Janeiro em março de 1968, de Wilmar de Castro, jovem morto pelo latifúndio goiano por lutar pela Vida e organização Camponesa, de Cinthia Magalhães, 16 anos, seqüestrada, violentada sexualmente e morta na periferia de Manaus 2004, Rodrigo da Silva, 23 anos, militante da PJB, pobre e negro, morto pela homofobia em Cachoeira do Sul – RS em 2007, Clodoaldo Souza, “Negro Blul”, 23 anos, mártir da campanha “Reaja!”, morto por grupos paramilitares no estado da Bahia em 2007 e de tantas outras vidas, vítimas da violência, com os quais nos unimos, decidimos que vamos mudar essa história e que as nossas lágrimas regarão com esperança o chão da dura realidade para sempre sonhar com a utopia de uma sociedade justa e igual, ameaçando com dureza todo o poder que gera opressão.
Acreditamos numa sociedade sem racismo, sem machismo, sem sexismo e sem homofobia. Cremos no fim de todas as prisões, no fim de todas as formas de extermínio, na construção de outras formas de organização da sociedade e na utopia de um mundo sem oprimidos/as e sem opressores.
Temos como princípio o resgate da solidariedade, o diálogo com os movimentos sociais, a autonomia política frente as estruturas institucionais; a construção de um outro modelo de sociedade; o Seguimento de Jesus Cristo, libertador, parceiro dos pobres, Deus dos Oprimidos; a defesa da vida da juventude e a participação popular. Nos colocamos em marcha.
Estamos em campanha contra o extermínio!

Guararema – SP, 31 de maio de 2009.

Pastorais da Juventude do Brasil
Pastoral da Juventude, Pastoral da Juventude Estudantil,
Pastoral da Juventude do Meio Popular e Pastoral da Juventude Rural

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Ao Amigo Pe. Gisley


“Se a juventude viesse a faltar o rosto de Deus iria mudar.”


O coração está angustiado, a nossa bandeira de luto está erguida, mas a nossa esperança deve ser renovada a partir de nossa fé com rosto juvenil, rosto este que nosso irmão, Pe. Gisley, sempre manteve alegre e convicto que o melhor da luta é luta pela causa da juventude.
Lembramos com muita alegria nossa primeira reunião, após a formação da Comissão para Juventude do CNLB em abril do corrente na cidade Campinas – SP, onde ele esteve presente conosco com muito entusiasmo, esperança, sabedoria e conhecimento do trabalho pedindo para juntarmos as forças em prol dos jovens do Brasil, suas palavras convictas muito ajudaram em nossas reflexões e encaminhamentos, deixando claro que sua marca ficava registrada por onde passava certo de que doar a vida pela causa da juventude era e foi algo absoluto em sua missão.
Estava sendo um grande ícone na caminhada da juventude em todo país e agora de forma particular muito empenhado na Campanha contra Violência e o Extermínio de Jovens, onde aconteceu um seminário relacionado ao tema no último final de semana de maio, em Gaurarema – SP, o qual participamos e agora o vemos vítima da violência, isso dói!

Até quando?

Até onde?

Quando isso vai parar?

Quantos mais precisarão perecer?
Mas, não podemos desanimar, a luta tem que continuar mais forte ainda.
Agradecemos ao Senhor Deus da Vida, a oportunidade da convivência, companheirismo e comunhão com nossa comissão e temos certeza que a história da juventude não será mais a mesma, pois se tínhamos nossas convicções agora temos que reafirma-las com maior firmeza, estamos tristes sim, mas não órfãos, pois estamos certo que Pe. Gisley já comunga com o Cristo jovem na corte celeste, portanto, temos um anjo e mártir a orar por nós e por nossos trabalhos que serão no primeiro momento doloridos para continuar, mas logo a esperança renascerá com nossa fé.
Unimo-nos de forma especial a profunda dor sentida pela família, amigos, a Congregação Estagmatina, a CNBB, as Pastorais da Juventude do Brasil, Movimentos, Organizações que trabalham com jovens e a todo Setor Juventude, pois estamos sentindo à mesma.
Deus nos fortaleça ainda mais no pastoreio com a Juventude, protegendo-nos e guiando-nos contra todas as forças da escuridão em nossa caminhada, pois mesmo entre lágrimas dizemos: Vai Amigo Gisley, vai com Deus, mas acreditamos que sua bela missão será sempre referencial para todos nós e juntos ecoaremos a sua voz, pois se a juventude viesse a faltar o rosto de Deus iria mudar!

Não vamos deixar mudar esse rosto estamos unidos na fé e na oração, agora mais que nunca, porque de onde ele estiver estará feliz em saber que a luta pela juventude continuará.


Comissão para Juventude do CNLB.
17 de junho de 2009.

Ao Eterno Pe. Gisley


Ao Eterno Amigo Pe. Gisley


“Se a juventude viesse a faltar o rosto de Deus iria mudar.”


O coração está angustiado, a nossa bandeira de luto está erguida, mas a nossa esperança deve ser renovada a partir de nossa fé com rosto juvenil, rosto este que nosso irmão, Pe. Gisley, sempre manteve alegre e convicto que o melhor da luta é luta pela causa da juventude.
Lembramos com muita alegria nossa primeira reunião, após a formação da Comissão para Juventude do CNLB em abril do corrente na cidade Campinas – SP, onde ele esteve presente conosco com muito entusiasmo, esperança, sabedoria e conhecimento do trabalho pedindo para juntarmos as forças em prol dos jovens do Brasil, suas palavras convictas muito ajudaram em nossas reflexões e encaminhamentos, deixando claro que sua marca ficava registrada por onde passava certo de que doar a vida pela causa da juventude era e foi algo absoluto em sua missão.
Estava sendo um grande ícone na caminhada da juventude em todo país e agora de forma particular muito empenhado na Campanha contra Violência e o Extermínio de Jovens, onde aconteceu um seminário relacionado ao tema no último final de semana de maio, em Gaurarema – SP, o qual participamos e agora o vemos vítima da violência, isso dói! Até quando? Até onde? Quando isso vai parar? Quantos mais precisarão perecer?
Mas, não podemos desanimar, a luta tem que continuar mais forte ainda.
Agradecemos ao Senhor Deus da Vida, a oportunidade da convivência, companheirismo e comunhão com nossa comissão e temos certeza que a história da juventude não será mais a mesma, pois se tínhamos nossas convicções agora temos que reafirma-las com maior firmeza, estamos tristes sim, mas não órfãos, pois estamos certo que Pe. Gisley já comunga com o Cristo jovem na corte celeste, portanto, temos um anjo e mártir a orar por nós e por nossos trabalhos que serão no primeiro momento doloridos para continuar, mas logo a esperança renascerá com nossa fé.
Unimo-nos de forma especial a profunda dor sentida pela família, amigos, a Congregação Estagmatina, a CNBB, as Pastorais da Juventude do Brasil, Movimentos, Organizações que trabalham com jovens e a todo Setor Juventude, pois estamos sentindo à mesma.
Deus nos fortaleça ainda mais no pastoreio com a Juventude, protegendo-nos e guiando-nos contra todas as forças da escuridão em nossa caminhada, pois mesmo entre lágrimas dizemos: Vai Amigo Gisley, vai com Deus, mas acreditamos que sua bela missão será sempre referencial para todos nós e juntos ecoaremos a sua voz, pois se a juventude viesse a faltar o rosto de Deus iria mudar! Não vamos deixar mudar esse rosto estamos unidos na fé e na oração, agora mais que nunca, porque de onde ele estiver estará feliz em saber que a luta pela juventude continuará.


Comissão para Juventude do CNLB.
17 de junho de 2009.

domingo, 14 de junho de 2009

14ª Caminhada da Fraternidade




Ao longo de 14 anos a Igreja Católica de Teresina em comnhão com organizações e varios movimentos promovem a Caminhada da Fraternidade.

Nesse ano o tema central: ESPERANÇA QUE FAZ ACONTECER

Essa esperança que é tão necessária a nossas vidas.


Nesse ano de 2009 na sua 14ª Edição tive a graça de estar em Teresina e acompanhei junto ao grupo reunidos na XXVIII AGO do CNLB . Esssa caminhada é destinada às pessoas de boa vontade, de todas as cores e credos que desejam participar e partilhar de um grande gesto de amor e solidariedade para com os atingidos pelo vírus da AIDS, os hansenianos, dos meninos e meninas em situação de risco, dos idosos desamparados e dos machucados pelo câncer.


Que bom se em nossos cidades e campos pudessemos ver o povo em marcha contra o preconceito transformado em ação em favor do menos desfavorecido.


Parabéns Teresina e espero mto em breve estar ai em 2010 na 15ª CAMINHADA DA FRATERNIDADE.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Atividades em Brasilia e Teresina






DE 04 A 10 DE JUNHO


André Luis Silveira de Moura
Coordenador de Setor da Pastoral da Criança
Rede de Educação Cidadã – RS Governo Federal
Membro da Comissão Nacional de Juventude do Conselho Nacional de Leigos e Leigas do Brasil
Assessor da Comissão Colegiada do Setor Juventude da CNBB – Brasília.

Desde a quinta-feira dia 04 de Junho André Moura cumpre agenda em Brasília.
De 05 a 07 aconteceu a Reunião Colegiada com Pastorais, Movimentos e Grupos que desenvolvem trabalhos ligados a Juventude.

Nos dia 08 e 09 cumpriu agenda na Sede da CNBB em Brasília, Universidade Católica de Brasília, Centro Educacional Católica de Brasília e Câmara dos Deputados.
Toda a agenda em Brasília esta voltada pela Mobilização Contra a Redução da Maior Idade Penal e também na discussão sobre a Campanha que será lançada pelas Pastorais da juventude do Brasil no Combate a Violência e Extermínio de jovens.
Na noite de terça-feira, dia 9, André participou de um Show Beneficente em prol das famílias atingidas pelas enchentes no norte e nordeste do Brasil, o Show foi realizado como uma das atividades do Simpósio Internacional sobre Mudanças Climáticas, também com a presença de Artistas da Globo do ONG Humanos Direitos.

Na manha de quarta-feira , 10 de junho embarcou pra Teresina Piauí pra Participar representando o Conselho Regional do Laicato do Sul III. Lá acontece A XXVIII ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA DO CONSELHO NACIONAL DE LEIGOS E LEIGAS DO BRASIL.

Neste ano o Tema da Assembléia que acontece de 11 a 14 de junho é “Analisar, Celebrar e Planejar”.
Com esta perspectiva a Assembléia quer Avaliar a caminhado do Organismo e planejar sua caminhada eclesial destacando pra vocação laical.
De acordo com André Moura( durante a assembléia vamos ter um panorama da ação laical da igreja do Brasil, difundindo com maior ênfase a importância da Vocação Laical, porque isto? Qdo se fala em Vocação apenas lembramos da vacação a Vida Religiosa esquecemos do grande impulso da igreja que é a vocação a vida social, familiar e também religiosa. Cito aqui parte do texto de instrumento de trabalho da nossa XXVIII :

{Nós somos resultantes de leigos e leigas que, a partir da década de 20, se constituíram na ponta de lança da laicidade no interno da Igreja, mas que também eram a ponta de eclesialidade no coração do mundo. Destes e destas somos também herdeiros e há, nessa herança, muito a assumirmos. Quando, ainda hoje, encontramos alguém que foi membro atuante da Ação Católica, fica evidente tal pertença. Era gente que sabia o que estava fazendo, profundamente imbuída de sua missão, com conteúdo. Era um organismo profundo, com uma metodologia (ver, julgar,agir) adequada. E com o apoio de figuras centrais no episcopado (o que, inclusive, permitia a liberação de membros para estarem 24 horas a serviço do organismo).
Quanto esses leigos e leigas contribuíram para os primeiros diálogos da Igreja com o mundo moderno! Quanto esses leigos e leigas sofreram para fazer com que a Igreja assumisse a construção de um mundo mais humano e justo, deixando de se esconder nos muros da cristandade ultrapassada! Não seria nada falso dizer que a Gaudium et Spes tem o dedo, e não muito longínquo, desses leigos e leigas da Ação Católica. Que herança! E que responsabilidade nós do CNLB herdamos!
A partir do Concílio Vaticano II, a eclesiologia conciliar dominante é a que define a Igreja como Povo de Deus. Neste modelo de Igreja, todos têm função, e todo o Povo caminha junto na corresponsabilidade da única missão, que só pode ser alcançada na profunda unidade, na perfeita comunhão. Se antes os leigos e leigas eram mandatados, eram os “braços do episcopado” no tecido humano da sociedade, hoje são (ou devem ser) sujeitos de sua própria ação como cristãos. O múnus sacerdotal, profético e régio lhes advém do próprio batismo, e não de um outro sujeito eclesial. Não só não precisam e nem devem ser mandatados, como, pelo contrário, devem agir com autonomia, gerenciados pela escuta do Espírito em suas vidas, em suas ações.}

Queremos também durante nossa Assembléia chamar a atenção para o trabalho a ser realizado com a Juventude, de modo muito especial divulgar a Campanha contra a Violência e extermínio de nossas juventudes no Brasil.)

André Moura participa no dia 14 da Caminhada da Solidariedade em Teresina.Ato já tradicional na Cidade.
Retorna para Brasília dia 15 de junho.

OBSERVAÇÃO: Em breve mais noticias!!!






sábado, 6 de junho de 2009

NOTA DE PESAR E SOLIDARIEDADE


“A salvação dos justos vem do Senhor, é ele seu refúgio no tempo da desgraça” (Sl 36,39).
Profundamente consternada, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil–CNBB manifesta sua dor e pesar pelas vítimas do acidente com o voo 447 da companhia aérea Air France, ocorrido no domingo, 31 de maio. Com seus familiares e amigos, choramos o passamento de forma trágica e inesperada destes irmãos e irmãs, que confiamos a Deus a fim de que sejam acolhidos no seu Reino.
Nesta hora em que o país é tomado de comoção por tão grande tragédia, conforte-nos a esperança que nasce da fé cristã.
Consolem-nos as palavras do próprio Cristo que, solidário à dor e ao sofrimento de seu povo, nos convida a repousar nele nossa confiança:
“Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso. Pois meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11,28.30).
Às autoridades competentes fazemos forte apelo para que apurem as causas de tão grave acidente e envidem todos os esforços possíveis para que tragédias como esta não se repitam.
É mister, ainda, que aos familiares das vítimas seja garantida toda a assistência de que necessitarem.
Conclamamos toda a Igreja a se unir em preces ao Deus da vida em favor das vítimas do voo 447 e que seus familiares encontrem em nossa solidariedade a força que os ajudará a superar as marcas deixadas por esta catástrofe.


Brasília, 3 de junho de 2009
Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo auxiliar do Rio de Janeiro e Secretário Geral da CNBB

segunda-feira, 1 de junho de 2009

ÁGUAS QUE FALAM


É tempo de inverno, é fim de inverno, com muita água que desce do céu, enche os rios, ameniza o calor, levando fertilidade para o sertão, esperança e alegria para o roçado.
Águas que correm! Águas que falam! É tempo de ouvir as águas! As águas das chuvas que se transformam em águas do Poty e do Parnaíba, querem falar da beleza da vida, querem ser apenas berço da vida, fonte de alegria e esperança na cidade e no campo, fazendo germinar e florir, sem jamais destruir.
Entretanto, essas mesmas águas, conforme a canção, transformam-se em “lágrimas na inundação”.
As águas do Poty e do Parnaíba que cantam e encantam nos questionam e interrogam, na inundação, revelando a face triste da miséria e da pobreza que se assentam às suas margens.
Águas que denunciam com furor as condições precárias das habitações, a pobreza e miséria de nossa gente, a situação ameaçadora das áreas de risco.
Águas que clamam pela preservação da natureza, denunciando a devastação ambiental e a poluição, destruindo a nossa casa comum, que deveria permanecer “planeta azul”.
Águas que gritam através das enchentes à espera de respostas traduzidas em políticas públicas de prevenção às enchentes, em gestos de compaixão e solidariedade, tornando o mundo mais humano e a sociedade justa e fraterna, segundo o querer de Deus.
A situação que estamos vivendo no Piauí e em grande parte do Norte e Nordeste deve ser objeto de atenta análise e reflexão; seu caráter sócio-ambiental não permite que seja reduzida simplesmente a mais uma catástrofe natural.
Trata-se de um sinal a ser interpretado com consciência crítica, serenidade e responsabilidade, em seu múltiplo significado: social, ambiental e ético, exigindo medidas que ultrapassam as iniciativas pessoais e emergenciais.
Para diminuir o impacto dos fenômenos naturais é preciso prevenir e planejar.
Ás águas das enchentes nos impelem a refletir e a agir, de modo a prevenir a sua ocorrência e diminuir o seu impacto social, por meio de políticas públicas que contemplem a justiça social, a ocupação urbana e a preservação ambiental, bem como, através de iniciativas da sociedade civil.
Diante dos sofrimentos causados por catástrofes naturais ou injustiças sociais, é preciso traduzir comoção em ação solidária.
É tempo de um grande mutirão de solidariedade em favor das vítimas das enchentes.
É tempo de parar para ouvir as águas. É preciso escutar! Responder é preciso!
Para que as águas do Poty, assim como as águas do Parnaíba, conforme o Hino do Piauí, “rio abaixo, rio arriba, espalhem pelo sertão e levem pelas várzeas e chapadas” apenas “canto de exultação”.
SÉRGIO DA ROCHA, ARCEBISPO DE TERESINA